Sete anos já se passaram desde o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na região central do estado gaúcho. O saldo até o momento é de 242 mortes, mais de seiscentos sobreviventes e ninguém responsabilizado criminalmente pelo ocorrido.
Respondem ao processo em liberdade os sócios da casa noturna, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Nenhum representante do poder público.
O julgamento está marcado para 13 de março no auditório da Universidade Federal de Santa Maria.
A tragédia
Era madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A banda Gurizada Fandangueira se apresentava e foi responsável por acender um sinalizador que deu início ao incêndio na casa noturna, que tinha uma série de irregularidades.
A espuma que havia no teto da boate Kiss era altamente inflamável. Durante a queima, o material liberou gás cianídrico, provocando a intoxicação e a morte de muitos jovens que estavam no local. A casa estava superlotada, tinha problemas com extintores de incêndio e só uma saída para todos os frequentadores.
Aliado a isso, dezenas de vítimas relataram em depoimentos à polícia que chegaram a ser barradas na saída porque a orientação era que, primeiro, fossem pagas as comandas.
O incêndio na boate Kiss fez vítimas de 75 cidades de cinco estados brasileiros. Entre os mortos, também estava um jovem paraguaio.
A boate deve dar lugar a um memorial em homenagem às vítimas. No entanto, apesar de os projetos estarem concluídos, a nova estrutura só poderá ser erguida após o desfecho judicial envolvendo a tragédia.