Telefones celulares apreendidos com detentos da Penitenciária Modulada de Osório serão utilizados por estudantes do Litoral Norte. O projeto denominado Alquimia II, beneficiará 120 crianças e adolescentes de escolas da rede pública das cidades de Osório, Tramandaí e Maquiné.
A iniciativa é do Ministério Público e da Vara de Execuções de Osório, da Associação de Jiu-Jitsu de Tramandaí, do projeto Social Dejone Rambor e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Antes da entrega aos estudantes, os aparelhos passam por uma restauração, não deixando qualquer resquício do uso anterior na memória de dados. Esse trabalho foi iniciado na última sexta-feira (24) pela equipe do projeto social Dejone Rambor, sediado em Tramandaí. A Vara de Execuções Criminais vai disponibilizar recursos para os reparos nos aparelhos e para a compra dos chips com internet.
O promotor de justiça, Fernando Andrade Alves, contou ao Litoral na Rede, que a iniciativa surgiu a partir da constatação de que muitos estudantes do Litoral Norte não estavam conseguindo acessar as aulas no ambiente virtual por não terem um dispositivo para realizar a conexão.
“Tem muitas crianças e adolescentes que não tinham acessado as aulas do ambiente virtual. A Susepe apreende (os celulares), eles vão pra delegacia, gera um volume muito grande e não tem um aproveitamento, então foi criado o projeto”, disse o promotor.
Fernando Andrade Alves percebeu o problema a partir de uma campanha na internet, realizada pela Escola Estadual Lourenço Leon Von Langendonck, de Maquiné, para arrecadar telefones celulares para os estudantes. Segundo o promotor, a ideia é que os aparelhos sejam entregues em até 15 dias.
O projeto foi denominado Alquimia II em referência ao projeto Alquimia, que transformou máquinas caça níqueis em computadores para escolas públicas da região.
O delegado penitenciário da 1ª Região, BenHur Calderon, destacou a atuação dos agentes penitenciários. “Graças ao trabalho minucioso dos agentes que trabalham arduamente nas operações de revistas e de apreensões de ilícitos que dezenas de crianças em situação de vulnerabilidade social serão beneficiadas com a inclusão digital” afirmou.
Conforme o diretor da Penitenciária de Osório, Amadeus Junior, esses equipamentos eram descartados pela Polícia Civil. “Esta ação é muito importante, pois visa retirar material utilizado no crime e revertê-lo para o uso da sociedade em uma ação social”.
Participaram da assinatura da parceria a juíza Anna Alice da Rosa Schuch, o promotor de Justiça Criminal de Osório, Fernando Andrade Alves, o delegado de Polícia João Henrique Gomes de Almeida e o presidente do projeto social Dejone Rambor, Marcelo Maseda.