Mãe tem esperança de reencontrar filho desaparecido há 20 anos no Litoral

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Bruno Leal da Silva, desaparecido desde 10/07/1999. Foto: Arquivo Pessoal

No dia 10 de julho de 1999, um menino de apenas nove anos de idade desaparecia em Imbé. Era sábado de manhã quando Bruno Leal da Silva saía para andar de bicicleta até o trabalho do pai. Seriam aproximadamente 10 minutos de pedalada até Atlântida Sul. Um percurso simples, mas que não se completou.

Foi quando o pai, Nazareno Cardoso da Silva, chegou em casa no bairro Imara, ao meio-dia, que a mãe, Deversina França Leal da Silva, percebeu que Bruno não estava junto e, pior do que isso, não havia chegado ao seu destino horas antes.

Ela relembra, em entrevista ao Litoral na Rede, os primeiros momentos de preocupação. Naquele mesmo dia, centenas de pessoas se uniram a Deversina e ao marido, percorrendo ruas, hospitais, postos de saúde, cidades vizinhas. Como não recebiam notícia alguma do desaparecimento, foram a uma delegacia durante a tarde para registrar o ocorrido.

Suspeitas

“Na época, um homem que se dizia vidente foi na nossa casa e disse que iria achar o Bruno. A nossa família não conhecia ele”, relata ela. “Um certo dia, o delegado viu as marcas da bicicleta do Bruno nas rodas do carro dele”.

Fios de cabelo também teriam sido encontrados dentro do porta-malas do automóvel do suspeito. O indivíduo, além de outras pessoas, acabou sendo preso, mas liberado depois de 15 dias.

“Foi feito o exame de DNA e deu como inconclusivo. Mas eu tenho certeza de que era do meu filho. Mas se não tem corpo, dizem que não tem crime”, desabafa Deversina.

Até hoje, a família não recebeu notícia alguma sobre o corpo do garoto.

20 anos de silêncio

Deversina e Nazareno, pais de Bruno. Foto: Arquivo Pessoal

A vida de Deversina, 20 anos após o desaparecimento do filho, é completamente diferente. Segundo ela, que agora tem 45 anos de idade, as datas festivas perderam o sentido. Os aniversários de Bruno, que estaria prestes a completar 30 anos no próximo dia 15 de agosto, são marcados sempre por muita dor.

“Não consigo imaginar ele um homem, um adulto. Pra mim, ele ainda é o meu menino”, comenta. “A nossa família, hoje, é uma família desestruturada. Tenho outro filho, duas netas, mas não é a mesma coisa. O amor dele está aqui dentro do meu coração. Nada substitui o Bruno.”

Esperança

As páginas do processo ainda são revisitadas por Deversina, que tenta encontrar brechas e até mesmo pessoas que talvez não tenham sido ouvidas e que poderiam ter visto o que aconteceu naquela manhã de julho de 1999.

“Estou sempre correndo atrás, nunca vou desistir. Enquanto tiver vida, vou dedicá-la a procurar o Bruno”, reforça. “O maior sonho da minha vida é achar ele”.

Quando toma conhecimento de algum corpo encontrado no Litoral, costuma se dirigir até o local na esperança de reconhecer o filho.

“É o que me dá forças para acordar todo o dia e pedir a Deus que me abençoe, que seja apenas mais um dia e que neste dia eu encontre meu filho. Estou vivendo assim. Cada dia é um dia”, completa Deversina.

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